Autor: Pierre Guyotat
tradução: Diogo Paiva
paginação e design: Bruno Inácio sobre lettering da capa de Ana Hipólito
revisão: Leonor Castro Nunes
400 páginas
DeStrauss, 2021
Éden, Éden, Éden (1970, Gallimard), obsceno e infame romance de Pierre Guyotat, é um dos melhores exemplos de uma escrita obcecada com o carnal e o escatológico na literatura do século XX. Com acção situada numa anátema região do deserto argelino, nela encontramos corpos desprovidos de subjectividade ou, dirão outros, demasiado circunscritos por uma paisagem e uma época histórica para que toda a sua vida interior não se expresse através de actos em que o próximo é danificado e corrompido até ao irreconhecível.
Banido e retirado de circulação aquando da sua primeira edição, logo teve vozes como a de Roland Barthes, Pier Paolo Pasolini, Maurice Blanchot, Jean Genet ou Simone de Beauvoir a manifestarem-se em sua defesa, fosse por petições, cartas ou prefácios.