Autor: Alberto Manguel
Idioma: Português
Capa dura
O primeiro livro de receitas (literárias) de Alberto Manguel
Este livro tem sopa de amantes-demónios, omeleta de dragão, dedos de feiticeiro, dinobúrgueres, jardineira utópica de legumes, mamilos doces da Amazónia e até um cocktail de sangue fresco, todos (muito) comestíveis.
E, além de encher a barriga, é também um convite para que se sente à mesa com as suas personagens preferidas, tendo como cenário de fundo alguns dos mais marcantes lugares imaginários da literatura.
Tal como coleciona leituras, Alberto Manguel lê, pede, altera, experimenta e inventa receitas desde a adolescência neste livro, que acompanha muito bem com o seu icónico Dicionário de Lugares Imaginários, junta as duas paixões, na certeza de que desde «um elaborado banquete na Atlântida ao mais simples jantar na ilha de Robinson Crusoe, toda a comida (diz-nos a literatura) é, na sua essência, uma prova da nossa humanidade comum».
«A comida realça a realidade da ficção. Estou sempre à espera do momento em que uma personagem pára para comer, porque, para mim, a simples menção de comida humaniza uma história.
Comove me a ‘galinha que não estava confortável no poleiro’ que Huck e Jim comem quando fogem na jangada; os frutos secos, raízes e bagas que o Monstro de Frankenstein coloca ao lume para o seu pequeno almoço, para descobrir ‘que as bagas se estragavam nesta operação, e os frutos e as raízes melhoravam muito’; o ‘pão, arroz, três queijos holandeses, cinco pedaços de carne seca de cabrito […] e uns poucos restos de milho europeu’ que Robinson Crusoe recupera do seu naufrágio; a caldeirada ‘feita de pequenas amêijoas sumarentas, pouco maiores do que avelãs, misturadas com biscoitos de navio amassados, e carne de porco salgada cortada em pedacinhos!
Tudo enriquecido com manteiga e abundantemente temperado com pimenta e sal’ que a estalajadeira serve a Ishmael e a Queequeg antes da sua partida em busca da Baleia Branca.
E sinto me absolutamente convencido da mágoa de Ulisses e dos seus companheiros, porque, embora de luto pelos amigos que o Ciclope chacinou, tiram um momento para comer e beber, enchendo se de ‘carne de carneiro em incrível abundância e vinho doce’.»
Edição em capa dura com estreia mundial em língua portuguesa.
Ilustrações originais de Alberto Manguel